A autocompaixão é um convite para que você seja gentil consigo mesma diante da dor. No entanto, como fazer isso se você ainda acredita ou pensa que a autocompaixão é um caminho para se tornar egoísta? Ou se pensa também que precisa ser dura consigo mesma para chegar onde quer chegar?
Pesquisas mostram que pessoas mais autocompassivas são menos ansiosas, mais saudáveis, cuidam mais de si mesmas, são autorresponsáveis e têm menos medo de fracasso.
A ciência comprova isso através da fisiologia envolvida na autocompaixão. Quando nos criticamos, ativamos o sistema de ameaças. Nossa amígdala é ativada, liberamos cortisol e adrenalina, e nos preparamos para lutar, fugir ou congelar. E quais são as nossas ameaças diárias? Nossa autoimagem e nosso autoconceito. Sendo assim, a ameaça provoca estresse, que causa ansiedade e depressão. Porém, quando nos acolhemos e cuidamos de nossas dores e desconfortos emocionais, ativamos o sistema de cuidado, onde são liberados a ocitocina e a endorfina, hormônios do prazer e do amor, aumentando o sentimento de segurança.
Já parou para pensar sobre quando foi que sua postura crítica te motivou a melhorar? Talvez temporariamente. Já o encorajamento e o apoio têm chances de serem mais efetivos a longo prazo. Mas sabe por que nos criticamos? Porque temos medo do pior que possa acontecer e que acabemos perdendo o controle de tudo. E aí a crítica nos dá a sensação de estarmos nos afastando do real perigo. Mas compreenda então que essa crítica é disfuncional, e que podemos trocar por vozes mais bondosas, como a de um bom amigo, quando nos aconselha e nos ampara.
Sabe o que vai acontecer quando você praticar mais a autocompaixão? Você vai se esforçar para fazer o certo, se dará conta de que é capaz de suprir suas próprias necessidades. Aceitará que é um ser humano e, portanto, falho e destinado a desafios. Portanto, praticar a autocompaixão é também estar diariamente buscando se amparar, se apoiar, mesmo na dor, na presença amorosa e conectada.